sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O presente de amar escrito parte 1 - Catherine Andrews

Naquela manhã a vida parecia ganhar um novo sentido,o sol brilhava intensamente.
Assim que fui consagrado pastor e todos haviam deixado a igreja,eu olhei ao redor me recordei dos meus irmãos de igreja me dando parabéns e aprendi a minha primeira lição,eu ainda não merecia os parabéns pois,somente havia sido consagrado pastor,não havia feito nada ainda para merecer algum respeito,da mesma maneira que uma mãe só se sente realmente mãe quando começa a se dedicar dia após dia ao seu filho o vendo crescer e progredir eu precisava começar a cuidar dos meus irmãos pra me sentir realmente pastor.E mesmo depois toda honra e agradecimento deles deveria ser à Deus e não a um simples homem como eu.
Com a nova responsabilidade havia recebido a chave da igreja,olhei para ela durante um longo tempo antes de ir embora,tranquei minha nova casa e dei uma última olhada pra ela agora ela era parte do meu coração.
Decidi caminhar até o monte para orar um pouco,chegando no monte orei por horas até que surgiu em minha mente as lembranças do dia que eu tinha sido batizado,naquele dia eu estava tão feliz,minha mãe estava ao lado do meu pai ,ele estava tirando uma foto antes do meu corpo submergir nas águas mas,assim eu submergi eu senti algo diferente,um amor profundo,um instinto protetor impossível de explicar.Quando eu emergi me sentia um novo homem apesar de naquela época ter apenas 15 anos eu tinha certeza absoluta que ser pastor era muito mais do que uma vocação,era minha missão de vida.
Minha mãe morreu quando tinha 18 anos e infelizmente não teve a alegria de me ver como pastor,ela trabalhou até o último dia de vida para me ver realizando meu sonho de ser pastor.E e essa dedicação que eu quero ter na minha vocação me de dedicando até o último dia da minha vida.
Quando terminei de orar decidi ir outra vez ao rio onde tinha sido batizado.
Ali no rio eu entrei e me banhei querendo me libertar de qualquer de qualquer mácula do passado,mesmo que fosse algo mas simbólico do que palpável,estava seguro de que Deus compreenderia minha atitude.
Os dias que seguiram eu tive a oportunidade de conhecer melhor as pessoas que frequentavam a igreja e perceber o quanto a linha entre o bem e o mal dentro de nos pode ser tao tênue mas,todos temos o direito de nos arrepender e recomeçar..
Era uma tarde de 10 de outubro,ao longe se ouvia o som do sino da igreja catolica anunciando o que era meio-dia,fui ao escritório da igreja avisar a obreira que eu iria buscar meu almoço,quando estava próximo do altar vi um amigo do passado,Jean  não me percebeu ali,notei que ele parecia preocupado,totalmente concentrado e não quis incomodá-lo.Ele estava tão abatido quanto no dia que o conheci.

Era noite,no subúrbio continuavam os mesmos problemas de sempre.Nathalia havia tentado voltar pra casa mais cedo porém,seu chefe tinha feito tantas exigencias e teve que desempenhar sua função com perfeição pois,não podia perder seu emprego de era tudo que ela tinha no momento.
Após tudo ficar organizado ela voltou pra casa sabendo que não chegaria em casa antes do "toque de recolher".
Vivian subiu o morro com o coração na mão,tudo era silêncio até que ouviu os tiros que se aproximavam e tentou se esconder em uma ruela,ali se abaixou atrás de uma caçamba de lixo e percebeu que havia um homem ferido.Ele a olhou com um misto de terror e dor mas,ambos continuaram dividindo o espaço em silêncio até que cessaram os ruidos de tiros.Ela teria que sair dali mas,não podia deixá-lo sozinho afinal de contas ambulancia não subiria aquele dia,naquela situação.E ele não parecia estar gravemente ferido,Vivian se levantou e lhe estendeu a mão,ele a segurou e tentou se levantar,ela o ajudou e ambos foram caminhando pela noite ate a sua casa.
A casa de Vivian ficava há um quarteirão dali,ao chegar ela cuidou de seus ferimentos contando os segundos para ver chegar o amanhecer e ligou para igreja.
Como eu morava nos fundos consegui receber a ligação e sem pensar no risco fui até a casa dela.
Durante o caminho cada sombra do meu corpo refletida nas paredes me assustava,até mesmo o silêncio era amedrontador mas,mesmo assim eu segui em frente.
Demorou algum tempo mas,consegui chegar na casa da Vivian,a ajudei a terminar de fazer os curativos no rapaz que ela havia socorrido.
Próximo do amanhecer ele recobrou a consciencia e enfim pudemos perguntar seu nome,ele sussurou:Jean e voltou a adormecer.


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